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NOTA DE REPÚDIO DO COLETIVO PURUS
ÀS VIOLÊNCIAS NO SUL DO AMAZONAS
Nós, pesquisadores, professores, estudantes, trabalhadores e integrantes dos
movimentos sociais, jornalistas, membros e associados do Coletivo PURUS,
viemos através desta manifestar nossa indignação e profunda preocupação com
as violências sofridas por extrativistas nos últimos meses na região sul do Estado
do Amazonas e norte de Rondônia.
No último dia 31 de março, a senhora Dinhana Nink, jovem de 28 anos, mãe de 3
filhos, foi cruelmente assassinada na frente de seu filho de 5 anos, pelo simples
fato de ser moradora do assentamento Gedeão (município de Lábrea, AM) que
está sendo alvo, há vários anos, e entre outras diversas comunidades da região, de
interesses de grileiros de terras. Dinhana já vinha sofrendo ameaças por parte de
madeireiros e já havia sofrido intimidações e agressões em novembro de 2011
por apoiar o movimento de denúncia da grilagem de terra no Sul do Amazonas.
Em longa e detalhada matéria publicada no dia 29 de fevereiro de 2012, o Jornal
digital A Pública detalhou a situação dessas pessoas que vivem sob ameaça
constante por parte de grileiros e madeireiros na região, pelo simples fato de
defenderem a floresta em pé, o bem comum da população brasileira. Esses fatos
mais recentes são apenas a sequência do que vem ocorrendo na região, onde no
ano passado, outra liderança (Dinho) foi assassinada, sem que desde então seja
tomada nenhuma medida concreta para a resolução do problema, além da
mobilização da Força Nacional para a proteção de alguns destes ameaçados de
morte.
Gostaríamos também de ressaltar que essas situações vêm se multiplicando na
região, que nos últimos cinco anos tem sido alvo do avanço galopante da frente
agropecuária rondoniense e que casos, ainda isolados, de ameaças e intimidações
já estão sendo registrados dentro de terras indígenas, como no caso da Terra
Indígena Paumari do Lago Marahã, Comunidade Ilha da Onça.
O Coletivo PURUS vem assim alertar as autoridades (Ministério Público,
Ministério da Justiça, SDH, Policia Federal, IBAMA, INCRA, FUNAI e Força
Nacional), assim como a comunidade científica e a opinião pública para a
gravidade dos acontecimentos recentes no Sul do Amazonas, solicitando
imediatas providências das autoridades competentes para a resolução rápida
dessas questões, a proteção efetiva dessas populações e as garantias plenas de
seus direitos.
Quantas mortes anunciadas serão ainda necessárias para que as autoridades do
país tomem consciência da importância da floresta em pé? Quantas mães e
quantos pais serão mortos diante de seus filhos antes que o governo abra os olhos
para o que está acontecendo na Amazônia? Que modelo de futuro, que exemplo
está dando o país ao mundo e às gerações futuras dando as costas para o que tem
de mais valioso: a floresta e seus habitantes ? Quantas árvores serão derrubadas e
quantas vidas serão tomadas para que finalmente se respeitem os direitos
básicos à terra, à liberdade e à vida daqueles que vivem pela floresta e que por ela
estão morrendo?
O Coletivo PURUS é uma rede que reúne pesquisadores e ativistas da sociedade civil
que trabalham na região do Médio curso do Rio Purus, assim como comunidades e
lideranças tradicionais que lá habitam. O Coletivo PURUS foi constituído em abril de
2010, no Primeiro Encontro Purus Indígena realizado na Universidade Federal do
Amazonas, em Manaus.
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